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As dores invisíveis da amamentação: o que ninguém te contou sobre aleitamento materno

Atualizado: 2 de set.

Amamentar é lindo, mas também pode ser solitário, difícil e dolorido e está tudo bem falar sobre isso.

Arquivo Pessoal reservado a direitos autorais
Arquivo Pessoal reservado a direitos autorais

Amamentar é natural. Mas não é fácil.

Quando ouvimos sobre aleitamento materno, muitas vezes a imagem que surge é de uma mãe plena, sorrindo, com o bebê no colo, em um momento mágico. E sim, esse momento existe. Mas existe também outro lado mais silencioso, mais íntimo que quase nunca ganha espaço nas rodas de conversa ou nos posts de redes sociais.


Hoje, queremos falar sobre ele. Porque amamentar pode doer no peito, no corpo e na alma. E essas dores merecem ser ouvidas.


As dores que ninguém vê, mas muitas sentem

1. A pressão por “amamentar exclusivamente”

Desde o pré-natal, muitas mulheres já escutam que amamentar exclusivamente até os 6 meses é o ideal. E é mesmo, do ponto de vista nutricional. Mas quando esse ideal vira cobrança, muitas mães se sentem fracassadas ao enfrentar dificuldades.


“Será que meu leite é fraco?” “Se meu bebê chora, é porque não estou nutrindo o suficiente?”

Essas dúvidas corroem o emocional. A culpa se instala. E o prazer da maternidade se vê manchado pelo medo constante de estar falhando.


2. A dor física que é invisível ao olhar

Rachaduras, fissuras, mastite, empedramento, dor latejante nos primeiros minutos de sucção... A lista é longa. Mas ainda assim, há quem diga: “amamentar não dói”.

Para muitas mães, dói sim. E é uma dor que muitas vezes é silenciada para não parecer fraca ou despreparada.

E muitas dessas dores têm uma origem comum: a pega incorreta.


3. A importância da pega correta

A pega correta é um dos fatores mais importantes para o sucesso e conforto da amamentação. Quando o bebê está bem posicionado e abocanha corretamente a aréola (não apenas o bico), a chance de dor diminui consideravelmente e a eficiência da mamada aumenta.


Como saber se a pega está correta:

  • O queixo do bebê encosta no seio

  • Os lábios estão virados para fora (como peixinho)

  • A aréola está mais visível acima da boca do bebê

  • O bebê suga ritmadamente e engole (é possível ouvir ou ver)

  • Não há dor intensa durante a mamada

Se houver dor persistente, ruídos de estalo ou bico rachado, é sinal de que a pega pode estar incorreta.

Buscar orientação profissional com uma consultora de amamentação pode transformar completamente a experiência.

4. Os "caroços" e “pedras” nos seios: o que fazer?

É comum, durante a amamentação, surgirem áreas endurecidas nas mamas como nódulos ou até “pedras” de leite, como muitas mães descrevem. Esses pontos doloridos podem indicar ductos entupidos ou o início de um quadro de mastite.

Ignorar esses sinais pode levar a infecções dolorosas.

Para aliviar:

  • Faça massagens circulares com as pontas dos dedos, sempre em direção ao mamilo

  • Tome banho morno antes da mamada para ajudar na saída do leite

  • Amamente com frequência e varie as posições

  • Se o nódulo persistir, ordenhe manualmente com delicadeza após a mamada

  • A massagem nas mamas é uma aliada poderosa não apenas para aliviar a dor, mas também para manter o fluxo do leite e prevenir complicações. Se a dor persistir ou houver febre, procure uma profissional de saúde.


5. A solidão das madrugadas

A cena se repete em milhares de lares: uma mãe, acordada às 3 da manhã, tentando acalmar seu bebê no peito. Todos dormem, o mundo está em silêncio, menos ela.

É nesse silêncio que brotam os pensamentos mais difíceis. “Será que vai ser sempre assim?”“Será que estou fazendo certo?”

A solidão emocional da amamentação é uma das dores mais negligenciadas. Mesmo cercada de gente, a mãe pode se sentir completamente sozinha.


6. A falta de apoio e os palpites que ferem

“Esse bebê está mamando de novo?” “Já deu fórmula? Vai dormir melhor.” “Você não tem leite suficiente.”

Essas frases, muitas vezes ditas com intenção de ajudar, ferem. A mãe já está fragilizada, cansada, emocionalmente instável. Cada comentário vira um peso. O que ela mais precisa é de acolhimento, escuta e apoio verdadeiro – não julgamento disfarçado de conselho.


7.E quando dizem: “seu leite já não faz mais efeito depois dos seis meses”?

Essa é uma das falas mais comuns e mais equivocadas que muitas mães escutam.

Apesar de bem-intencionadas, essas palavras são desinformadas e podem causar um impacto emocional profundo. A verdade é que o leite materno continua sendo um alimento altamente nutritivo, rico em anticorpos e adequado às necessidades do bebê, mesmo após os seis meses.

O que muda é que, a partir dessa idade, o bebê precisa iniciar a introdução alimentar, contudo o leite segue sendo sua principal fonte de nutrição até 1 ano e um complemento importantíssimo até os 2 anos ou mais.

✅ Segundo a OMS e o Ministério da Saúde:

“O aleitamento materno deve continuar até 2 anos ou mais, junto com outros alimentos saudáveis.”

Portanto, sim, o leite ainda “faz efeito” e muito! Se alguém te disse o contrário, respira fundo e lembra: seu corpo continua sendo abrigo, amor e nutrição.


8. O cansaço extremo

Amamentar demanda energia física e mental. A mãe, que já passou por uma gestação e parto, agora precisa alimentar outro ser humano com o próprio corpo, muitas vezes sem conseguir dormir mais de 2 horas seguidas.

E não é só o sono. É o corpo que dói, os braços que pesam, a mente que pede pausa. contudo ela segue por amor, por instinto, por pressão.


9. A sexualização dos seios

Para muitas mulheres, os seios sempre foram vistos como algo íntimo, sensual. No pós-parto, esse significado muda. Eles agora são instrumento de nutrição, conexão e dor.

É comum sentir estranhamento com o próprio corpo. Algumas mães relatam dificuldade de retomar a vida sexual ou de se sentir “dona de si” novamente. A identidade feminina se confunde com a identidade materna e isso também faz parte da dor.


O que pode tornar a amamentação mais leve?

Nem toda mulher vai conseguir ou querer amamentar. E tudo bem. O mais importante é que ela se sinta respeitada, informada e acolhida nas suas escolhas.

Mas, para quem deseja ou está tentando amamentar, algumas atitudes fazem toda a diferença:

  • Ter uma rede de apoio emocional e prática (parceiro(a), familiares, doula, consultora de amamentação)

  • Participar de rodas de conversa com outras mães

  • Ter acesso a informações seguras e realistas

  • Respeitar seus próprios limites e o tempo do bebê

  • Cuidar da pega correta para evitar dor

  • Fazer massagens nas mamas ao sinal de nódulos ou desconforto

  • Saber que, mesmo com dificuldades, cada gota conta


No Mês Dourado, acolher também é um ato de amor

Agosto Dourado é o mês da amamentação. Dourado porque o leite materno é ouro contudo também porque a mulher que amamenta é preciosa. E como todo ouro, ela precisa ser cuidada, protegida, valorizada.

No O Mundo Mãe, a gente acredita que a maternidade não precisa ser solitária. Aqui, você encontra informações reais, apoio emocional e produtos pensados com carinho para tornar sua jornada mais leve.


Se você está amamentando, pensando em amamentar ou vivendo o luto por não conseguir, saiba: você não está sozinha. Nós estamos aqui, do seu lado.



Assista no live especial com uma consultora de amamentação dia 06 de agosto de 2025 no instagram @omundomaeoficial


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